· Vamos lá ter consciência, o tratado tinha que ser concluído agora, o facto de ter sido durante a presidência portuguesa foi um circunstancialismo temporal. E já que assim foi, foi falta de criatividade da presidência portuguesa reunir os ministros na capital, em vez de terras como Guimarães, Freixo de Espada à Cinta ou Carrazeda de Ansiães – finalmente podíamos gozar com os holandeses que nos obrigaram a dizer Maastricht durante tanto tempo.
· Quanto ao referendo, ironias à parte, não vale mesmo a pena fazê-lo. A afluência seria a mesma de sempre (ou ainda pior, visto que, de facto, poucos são aqueles que sabem o que está em causa neste tratado), pelo que não seria vinculativo; se o resultado fosse não, teria que haver outro referendo, e outro, e outro, até que as pessoas se apercebessem que a resposta “certa” era sim.
· Do conteúdo do Tratado, não conheço muito. Sabe-se que “lá” na Europa vão continuar a mandar cada vez mais, e “cá” cada vez menos: é este o sentimento do bonus pater familias português. E não se pode dizer que não tenha razão, só que é um bocadinho mais complicado que isso. Supostamente não devia existir “lá” e “cá”, devíamos ser todos uma família grande e feliz, mas a Europa nunca foi assim e não é agora que vai ser.