Vicarious Liability
domingo, outubro 21, 2007
  "Porreiro pá!"
Foram estas as doutas palavras que José Sócrates dirigiu a José Barroso após o anúncio de que finalmente vamos ter Tratado de Lisboa. Não sei se este realmente vai ser porreiro para o país, mas para quem quiser uma análise mais rigorosa no campo político e jurídico remeto para os textos do Ricardo, eu próprio não diria melhor. No entanto, gostava de acrescentar algumas considerações a este acontecimento:

· Vamos lá ter consciência, o tratado tinha que ser concluído agora, o facto de ter sido durante a presidência portuguesa foi um circunstancialismo temporal. E já que assim foi, foi falta de criatividade da presidência portuguesa reunir os ministros na capital, em vez de terras como Guimarães, Freixo de Espada à Cinta ou Carrazeda de Ansiães – finalmente podíamos gozar com os holandeses que nos obrigaram a dizer Maastricht durante tanto tempo.

· Quanto ao referendo, ironias à parte, não vale mesmo a pena fazê-lo. A afluência seria a mesma de sempre (ou ainda pior, visto que, de facto, poucos são aqueles que sabem o que está em causa neste tratado), pelo que não seria vinculativo; se o resultado fosse não, teria que haver outro referendo, e outro, e outro, até que as pessoas se apercebessem que a resposta “certa” era sim.

· Do conteúdo do Tratado, não conheço muito. Sabe-se que “lá” na Europa vão continuar a mandar cada vez mais, e “cá” cada vez menos: é este o sentimento do bonus pater familias português. E não se pode dizer que não tenha razão, só que é um bocadinho mais complicado que isso. Supostamente não devia existir “lá” e “cá”, devíamos ser todos uma família grande e feliz, mas a Europa nunca foi assim e não é agora que vai ser.


 
Comentários:
Se os portugueses não sabem o que está em causa no que diz respeito ao Tratado de Lisboa, a culpa não é deles! Os portugueses só precisariam de ser informados (e não "desinformados")!
Quanto à cidade escolhida concordo contigo, aliás até poderia ser qualquer outra onde encerraram os Centros de Saúde, Hospitais e Maternidades... Talvez os senhores visitantes se apercebessem das diferenças entre Portugal e a Europa!
Ora bem, cá estou eu e demarcar (inconscientemente) e existência do "lá" e do "cá"!
Marianne
 
Porreiro David. Isto é, achei porreiro pá!
Como defende o respeitado Prof. Vital Moreira, talvez a melhor opção para o referendo seria perguntar aos portugueses se querem estar na UE ou voltar aos tempos de 1985. Não tem rasteira nenhuma tal afirmação. É muito simples: eu - que não sou nada humilde - considero-me uma pessoa inteligente, mas sinceramente pouco sei sobre o tratado que esses senhores porreiros querem fazer, ou melhor, não sei os pormenores, o que lá está escrito, palavra a palavra. Agora a ideia deles sei eu bem qual é, mas não quero ir por aí. Mas a questão é a seguinte: se pessoas inteligentes como eu (sim, sim...sou convencido pá! e acho porreiro!) não sabem o que para lá está escrito o que dizer da maior parte da população do nosso país?
Seria bastante mais simples perguntar aos nossos cidadãos se querem continuar na UE (e com o tal tratado, porque também acho que ele acabará mesmo por existir) e a tentar decifrar novos tratados, regulamentos ou coisa parecida, ou então se não querem fazer parte desta família em que só se esclarece aquilo que não interessa a ninguém.
Para perceberem melhor a ideia, e podendo eu estar a alterar a visão de Vital Moreira, visitam o blogue Causa Nossa.

Fiquem porreiros pá!
R_
 
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