Vicarious Liability
quinta-feira, outubro 23, 2008
  A mão invisível
passado ou prognose?


 
Comentários:
Penso que deveríamos aprender a História (factos passados) para evitarmos cometer ciclicamente os mesmos erros.
Deveríamos aprender com os nossos antepassados, para termos sucesso no presente e no futuro.
Marianne
 
A mão invisível faz todo o sentido caso existe eficaz regulação.
 
Correcção: trocar "existe" por "exista"
 
Se houver regulação a mão já não é completamente invisível. Será, quando muito, discreta.
 
A famosa e muitas vezes mal interpretada mão invisível foi teorizada por Adam Smith num modelo com restrições, que o tornariam um modelo ideal. Isto é bastante frequente em modelos económicos, pelo que a aplicação na economia real não pode ser feita à letra. Estes modelos servem sobretudo para tentar explicar as situações económicas no geral, pois as particularidades de cada caso remeteriam a um trabalho infinito se as quiséssemos modelar a todas.

Assim sendo, vários indivíduos de Direita afirmaram, sem pensar muito no assunto, que a mão invisível de Adam Smith deveria ser fielmente seguida e que o funcionamento dos mercados sem a intervenção estatal resolveria os problemas por si próprio. Ora, Smith sabia perfeitamente que existiam excepções (e diga-se de passagem que não são assim tão poucas). Um bem público é a excepção que salta primeiro à vista: existem bens/serviços que não são lucrativos para quem o fornece, mas que satisfazem uma necessidade da sociedade (ex: Educação para toda a população). Assim tem que surgir o Estado como fornecedor.
E quando se trata do autor em causa eu tenho uma consideração pessoal: foi claramente tendencioso em assuntos que abordou, pondo, nesses casos, de lado o eficaz raciocínio económico. Por exemplo, sempre defendeu que o Tratado de Methuen foi benéfico para os portugueses e não para Inglaterra.

Creio que no real domínio de todas as suas capacidades cognitivas, Smith nunca poderia ter plenamente acreditado num sistema em que o Estado não tivesse o seu papel económico, por muito reduzido que este fosse.


Espero que me tenha expressado de forma clara desta vez.
 
Qualquer modelo teórico tem mais valor explicativo do que aplicabilidade prática. Seja como for, pelo menos como meta, o que pretendem os defensores deste modelo é o apagamento do Estado, até ao que for possível.

O exemplo dos bens públicos é realmente um bom exemplo de um tipo de bens que não é eficiente serem produzidos por privados, pelo que, consecutivamente, não é de esperar que o façam. Igualmente a oferta e a procura dos bens de mérito, se deixada apenas ao arbiítrio das forças de mercado, não seria nem oferecida nem procura a um nível aproximado ao óptimo.

Das Teorias das Vantagens Absolutas e das Teorias das Vantagens Comparativas já não me recordo de muito, mas, seja como, por muito que seja racional que cada país se especialize no que produz melhor, custou-nos, no nosso caso, um desenvolvimento e uma industrialização tardias.
Depois, ciclicamente discute-se se os Estados devem adoptar políticas comericiais mais proteccionistas ou mais livre-cambistas, e é no fundo uma discussão que nunca levará a resultados concretos.

Quanto à regulação parece-me que é muitas vezes vista como uma panaceia, e esquecem-se os seus inconvenientes, particularmente em países latinos como o nosso: o tráfego de influências, a captura do regulador pelo regulado, etc.

RB
 
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