Vicarious Liability
domingo, setembro 16, 2007
  O apelo ao facilitismo e a estratégia inatingível da Ministra
A Ministra da Educação, empenhadamente contra a exclusão e a frustração de oportunidades dos estudantes nos primeiros patamares da escolaridade, apela aos docentes para evitarem as reprovações no 1º ciclo do Ensino Básico.
Ora, se bem conheço as premissas do percurso pedagógico, uma reprovação significa que não foram atingidos os objectivos mínimos propostos para aquele ano de ensino, não foram realizadas as aprendizagens fundamentais. Conter “administrativamente” uma rentenção, pode parecer simpático, mas significa que os alunos transitam para o ano seguinte sem terem sedimentado os conhecimentos necessários do anterior. E é ao nível dos primeiros anos de escolaridade que essa sedimentação se quer mais exigente.
É concebível que um aluno possa desenvolver os estudos com conhecimentos insípidos de fisico-químicas, de História, ou de uma qualquer língua estrangeira. Mas é absurdo que o faça com um domínio deficiente da linguagem oral e escrita ou uma total incapacidade de raciocínio matemático ao nível das operações mais elementares (o trivial “ler, escrever e contar”, da doutrina do «Estado Novo», que parece absurdamente pouco exigente para os génios da pedagogia Democática).
Esta “simpatia” da Ministra, não é pois se não uma condenação irreversível ao insucesso. Insucesso esse que a mesma Ministra afirma estar tão empenhada em combater.
De facto, Maria de Lurdes Rodrigues tem uma estratégia para o Ensino em Portugal. Só não se consegue perceber é qual é...
 
Comentários:
Com certas medidas simpáticas, a ministra pretende ganhar a simpatia dos E. E. Os alunos favorecidos vão sentindo cada vez mais dificuldades.
A ministra, tão boazinha, só pretende acabar com o insucesso escolar. (Será?)
O pior é que no final de ciclo, esses mesmos alunos não conseguem obter sucesso nos exames nacionais! Estes exames funcionam como uma barreira intransponível para os alunos que foram tropeçando nas letras e nos números ao longo do seu percurso escolar!
Parece-me que o ministério dá a corda para que os alunos depois se enforquem!
O ministério não quer acabar com o insucesso, afinal até encerra escolas! No entanto, vai continuar a lançar pais, E.E., alunos e professores uns contra os outros!
Enquanto vão atirando culpas uns para os outros, o ministério vai continuar a economizar uns quantos euros à custa do ensino!
A única coisa que este governo quer é economizar (à custa de quem? Não importa!) É pena que não comecem a economizar nos ministérios, nos carros, nos motoristas, nos guarda-costas, nos seus próprios salários e regalias…
A tudo isto acrescente-se, que as turmas têm cada vez mais alunos, podem ter até 30 alunos (mais já não caberiam nas salas!).
Além disso, (diz o ministério e alguns pais) todos os alunos são iguais, não importa que alguns tenham dificuldades (de aprendizagem, em ouvir, em ver), doenças crónicas, deficiências…
Marianne
 
Não estou de acordo com um dos pontos referidos pela comentadora anterior. Quem viu os exames nacionais deste ano viu que até uma pessoa com o 9º ano conseguia faze-los. Achei-os demasiado faceis e permissivos.Considero que o Governo quer dar o 12º à força a toda a gente para combater os altos niveis de escolaridade dos países que entraram na UE.Com este facilitismo vamos de mal a pior, podemos ficar com muita gente com 12º, mas aqueles que realmente têem conhecimentos serão escassos.
 
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