Mesmo os menos atentos a estes assuntos devem ter percebido que a selecção nacional de râguebi (e assim se escreve em bom português adaptado foneticamente, e não “reiguebi”) obteve o primeiro apuramento de sempre para uma fase final de um campeonato do mundo. Mais do que isso, e deste facto poucos se aperceberam, desde a profissionalização deste desporto em várias partes do planeta, somos a primeira selecção amadora a consegui-lo. Isto significa, por exemplo, que enquanto Nova Zelândia, Escócia, Itália e Roménia (os nossos adversários inevitáveis no mundial, por pertencerem ao mesmo grupo) se estão a preparar para mais um mundial, os nossos jogadores estão a preparar-se para pedir aos patrões nos empregos e aos professores nas faculdades que os dispensem para ir representar o país.
P.S. (está na moda neste blog): chegámos aqui, como já foi dito, sem profissionalização, sem grandes investimentos financeiros por parte do Estado ou clubes desportivos. Dá para imaginar onde este pequeno país poderia chegar no desporto mundial se não vivêssemos numa futebolcracia, onde o futebol jogado até é menos importante que o futebol falado. E para vos ajudar a imaginar, dou-vos três exemplos dos nossos vizinhos do lado, só no ano passado: um vencedor da Volta à França em bicicleta, um número 2 no ranking ATP de ténis e vencedor do Roland-Garros, uma equipa campeã do mundo de basquetebol.