A Agência de Segurança Alimentar e Económica está a retirar do mercado nove marcas de tabaco por possuírem níveis de alcatrão e de monóxido de carbono acima dos permitidos pela lei portuguesa (basicamente, o que a lei diz é que o pessoal se pode matar, mas com cuidadinho). Na prática, os consumidores destas marcas, que representam uma minúscula percentagem da população fumadora em Portugal, vão ter que escolher outras marcas para saciar o vício, o que até pode ter aspectos positivos.
Para os tais consumidores, surge a oportunidade de poderem finalmente mudar para uma marca que seja vendida em todo o país, porque estas não se encontram em quase lado nenhum, e depois é chato estar tanto tempo sem fumar, ainda não percebi porquê, porque nunca fumei e espero nunca o vir a fazer – melhor para os fumadores, pior para os não fumadores, que vão ter que engolir fumo na mesma.
Por outro lado – menos bom para os fumadores, melhor para os que não fumam – estas eram marcas das mais baratinhas, logo vai ser difícil mudar para uma marca que não seja mais cara; ora isto significa um encaixe financeiro superior para o Estado português. Além do mais, como os níveis de alcatrão e monóxido de carbono eram elevados, o fumador há-de necessitar de uma quantidade maior de cigarros de outras marcas para compensar; ou então, consome menos quantidade de alcatrão e monóxido de carbono, o que significa que vai viver mais anos para engordar mais os cofres do Estado.
Concluindo, a estratégia de eliminar marcas baratas e pouco consumidas no mercado do tabaco pode ter um efeito positivo para a economia. No limite, sou defensor de uma marca única, cara, muito, mas muito fraquinha, de modo a obrigar o fumador a consumir apenas daquela, e em muita quantidade. Assim, pode ser que se lembrem de, já não digo baixar, mas ao menos não aumentar os impostos sobre combustíveis; isso sim, afecta-nos a todos, mesmo os que andam a pé ou de bicicleta, porque são precisos combustíveis para tudo, e tabaco não faz falta para nada.