Marceneiro, que saudades...
   
Mocita        dos caracóis       Não me deixes minha querida
       Não ouves os rouxinóis
       A cantarem como heróis
       A história da nossa vida
       
       Se abalares da nossa herdade
       Os teus encantos destróis
       Irás atrás da vaidade
       Que a moda lá na cidade
       Não tem desses caracóis
       
       Teu cabelo é lindo e loiro
       De caracóis verdadeiros
       Na cidade esse tesouro
       É comprado a peso d'ouro
       Nos grandes cabeleireiros
       
       A tua saia redonda
       Bordada de gerassóis
       P'ra tua escultura bonda
       Serei sempre a tua ronda
       Mocitas dos caracóis
       
       Dá-me a tua mocidade
       Que eu dou-te a minha depois
       Não queiras ir p'rá cidade
       Porque eu morro de saudade
       Mocita dos caracóis.
Letra: João Linhares Barbosa
Música: Alfredo Marceneiro