Do fim da utopia
Depois do meu momento de utopia política, necessário para exorcizar os fantasmas duma discussão excessivamente pragmática, numa visita pela blogosfera, deparo-me com a informação de que numa localidade qualquer a esquadra da GNR encerra depois das 23 horas por motivos de segurança.
Tenho a sensação de que, a partir deste momento, pode ser possível encontrarmos uma padaria encerrada porque o proprietário foi comprar pão. Ou então, talvez caiba a um farmacêutico garantir a segurança de que os respeitáveis agentes da autoridade dessa localidade necessitam para desenvolver as suas diligentes actividades, enquanto os mesmos se deslocam para o balcão da farmácia e vendem embalagens de Trifene 200 ou descodificam o extenso receituário duma octogenária apoquentada pela artrite reumatóide.
Tudo isto para descer à realidade e concluir que, em muitos aspectos, Portugal ainda não pode ser levado a sério.