Vicarious Liability
terça-feira, setembro 26, 2006
  Das colocações no Ensino Superior Público - o caso concreto da FDL
Tem-se dito e escrito muito sobre as médias reduzidas com que alguns alunos são colocados em cursos do Ensino Superior Público, e a blogosfera afecta à FDL, lamentou nos últimos dias a classificação final de cerca de 11 valores, do último colocado naquele estabelecimento de Ensino na primeira fase do concurso nacional de Acesso ao Ensino Superior deste ano.

Invocou-se perda de prestígio da faculdade, descrédito, redução dos níveis de exigência e qualificação, prejuízo para a imagem dos futuros licenciados pela faculdade, entre outros aspectos na mesma linha.

Partilho naturalmente das preocupações demonstradas. No caso concreto da FDL, até porque, futuramente, também terei de me servir do referido “prestígio” dos licenciados pela academia. Mas, ainda assim, parece-me que devemos encarar a questão com serenidade.

Baixar o nível de exigência para as colocações no Ensino Superior não significa necessariamente baixar também os critérios de avaliação dos alunos desse mesmo patamar da Escolaridade, depois de frequentarem os respectivos cursos. E é esse nível de exigência (esse, e não o que existiu no Secundário) que assegurará a formação de profissionais qualificados, fará a distinção entre os que têm condições para prosseguir no curso e os que apenas lá foram colocados, manterá a imagem das instituições de Ensino.

Depois também não é inquestionável que um aluno razoável no Secundário não ultrapasse esse patamar no Ensino Superior ou que todas as classificações baixem e permaneçam sempre a esse nível: mais uma vez, no caso concreto da FDL, pude observar que, se quem trazia médias entre os 18 e os 20 valores passou para o patamar dos 14-16 e quem vinha nesse patamar desceu para os 12-14, também muitos alunos com médias de secundário a rondar os 12 e os 13 valores conseguiram desempenhos muito semelhantes. Ou seja, para além do “historial de estudante” e da adaptação ao novo sistema de avaliação, o sucesso pode depender também dum maior empenho ou duma maior identificação com as disciplinas estudadas, porventura não revelados noutros níveis de ensino.

É preciso, pois, que o susto não nos faça perder o rumo.
 
Comentários:
As médias não significam necessáriamente aquilo que cada um sabe: vi muitos colegas meus de curso com óptimas classificações (17, 18, 19) e que não são bons profissionais, alguns até nunca exerceram a profissão para a qual estudaram - enveredaram por outros empregos!
Será que caíram nas "boas graças" dos docentes, copiaram, ou...?
As notas atribuídas no ensino secundário também diferem de estabelecimento para estabelecimento, de localidade para localidade, e infelizmente, da opinião que alguns docentes têm: passamos todos para sermos bons, ou o oposto: reprovamos todos, porque acham que o bom professor deve "chumbar" muitos alunos! Outros pensam que precisam de ter alunos no próximo ano! (palavras textuais que eu ouvi da boca de profissionais!)
Nem sempre o bom profissional é o que tem a média mais alta!
Marianne
 
Infelizmente, um dos que entrou na FDL com média de 11 valores é meu conhecido. Assim sendo, pelo menos aquele caso até teve sorte em ter 11 de média... Eu não me preocupo muito, dado que a maioria desses tipos que vão para lá habituados ao ócio, nem faz a primeira temporada. Quando já se vem mal habituado do primário e secundário... O problema em si não reside nas escolas (como querem fazer parecer), mas sim em casa. Os encarregados de educação ainda vêm a escola como um depositório (assim os putos não chateiam em casa) e não como um local onde se ensina.
 
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