Vicarious Liability
sexta-feira, agosto 04, 2006
  A realidade vista deste lado (para variar)
O pão nosso de cada dia para quem atravessa a Ponte Sobre o Tejo

Durante onze meses os utentes da antiga Ponte Salazar, na sua maioria residentes na Península de Setúbal que se deslocam por necessidade, pagam uma elevada quantia para a atravessar. Mas neste mês de Agosto, no qual a maioria dos utentes é lisboeta e de outras localidades da margem norte que atravessam a ponte por motivos de lazer, a travessia é gratuita.
Não digo que a gratuitidade de Agosto não vai beneficiar também os utentes do sul, mas tendo em conta que esta ponte está mais que paga, não há aqui alguma coisa de errado?
 
Comentários:
Claro que está: mas os utentes anuais pagam durante 11 meses, depois o país vai de férias e os funcionários da ponte também!
Os que ali passam 6 vezes por ano, se fizerem a passagem em Agosto usufruem sem pagar! Está bem visto!
Se eu tivesse de ir da margem sul para a norte diariamente só levaria o carro em Agosto! Nos outros meses é preferível ir de comboio, ou de barco, fica mais barato e o tress é menor!
Concordo que a manutenção de uma ponte deve ser cara, assim, deveríamos pagar apenas isso e o salário de quem está lá a trabalhar, se o que descontamos não chega para esses funcionários! Mas é curioso: no mês em que ganham a dobrar, paga-se zero! Quando fizeram as obras para o comboio, ela desnivelou 30 cm, não é muito, e deve faltar um bom bocado para cair, mas é sempre preciso ter cuidado!
E como estamos a economizar a nível nacional, devem ter despedido o pessoal da manutenção, para poupar uns trocos, e qualquer dia... temos um problema grave - é que a ponte foi inaugurada a 6 de Agosto de 1966.
Está de parabéns!
Marianne
 
Está tudo bem observado, como habitualmente, apenas gostava de fazer um aparte, vindo de quem tem carta e carro há menos de 1 ano e como tal era habitual frequentador de transportes públicos tanto deste lado (desses nem vale a pena falar) como daqui para Lisboa. Quanto a estes últimos basta perder 10 minutos nos sites das empresas de transportes (ou, como eu, perder bem mais que isso a deslocar-me neles) para observarmos que: 1) fora das horas de ponta escasseiam, aos fins-de-semana são quase uma miragem; 2) caso não tenhamos transporte particular, chegar aos terminais dos barcos e estações de comboios a horas complica-se, devido à falta de estudo na articulação dos transportes (o que também não os preocupa muito, pelo contrário, basta ver o preço dos parques de estacionamento nesses locais); 3) para quem viaja frequentemente mas não diariamente, e por isso não adquire passe, os preços dos títulos de uma viagem ou mesmo pré comprados são um convite à ida de carro (se, por exemplo, um grupo de 3 ou 4 pessoas dividir o dinheiro do combustível sai muito mais barato que 3 ou 4 bilhetes, se contarmos com transbordos nem é preciso fazer contas).

De facto as manutenções das pontes têm que ser pagas, de preferência pelos utilizadores, excepto nas (muitas) pontes do Porto a Gaia, nessas ou não se faz manutenção ou então é mais justo pagarmos todos, aqui vive-se melhor do que no Norte, não é? Concordo com as portagens à hora de ponta, aí há alternativas e é preciso dissuadir o condutor de entrar na cidade. Nas “horas mortas” e aos fins-de-semana, é injusto, é ridículo, é um roubo.
 
Caro David, os transportes só melhoraram em estética e rapidez, de resto está tudo na mesma!
Infelizmente, quem tem obrigatóriamente que se descolar todos os dias para Lisboa, ou vice-versa, ou paga, ou tem a sorte de conciliar horários e dividir despesas, ou perde tempo! Eles não estão interessados em melhorar a vida aos utentes, mas sim a sua própria conta bancária!
E quando dizem que Lisboa não comporta mais carros e que temos de utilizar os tranportes públicos, o que é que eles fazem? Em Setembro organizam o dia sem carros em Lisboa e noutras cidades,(levam os mass média e os guarda-costas atrás deles), mas eles não têm horários a cumprir (têm horários flexiveis) e o resto tem aulas para assistir, tem patrões que descontam em dinheiro, ou nos "obrigam" a compensar no final do dia! Para eles, o dia sem carros é lindo, é divertido, para os utentes habituais será um martírio, afinal se todos os dias tivessem de ir para o trabalho a pé, ou de bicicleta, não aguentariam um ano de trabalho!
Em vez de um dia sem carros em Lisboa, eu proponho uma semana sem batedores aos senhores que governam o país e que tenham um horário a cumprir como qualquer cidadão e que utilizem os transportes públicos, ou na melhor das hipóteses, o seu próprio transporte pessoal, conduzido por eles e assim poupam o dinheiro dos automóveis e dos motoristas!(e não estragam o dinheiro do estado, e não podem usar os batedores para chegarem onde querem às horas que querem)!
Outra das minhas propostas, seria obrigá-los a viajar de Norte a Sul em transportes públicos (só uma vez por mês), mas pagando a tarifa mais cara, sem convites, nem regalias, e fossem obrigados a cumprir horários!
E quando estivessem doentes, eles ou parentes, fossem forçados a ser atendidos nos hospitais públicos, anónimamente (com uma máscara na cara para não serem reconhecidos) e com medicamentos genéricos! E de preferência que adoençam em trás-os-Montes, beiras interiores, ou alentejo interior!
Estou a ser muito realista: nessas localidades não há nada, se retirarem, médicos, escolas, transportes, maternidades, o que será daquela gente? São portugueses e precisam urgentemente de ajuda!
Acho que já me alonguei e até já fugi ao tema!
Marianne
 
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