Vicarious Liability
terça-feira, agosto 15, 2006
  Das Férias ao Carpe Diem, ou De como tentar divagar para encontrar um tema sobre o qual escrever sem ser (muito) chato
Diversos momentos do ano estão carregados de algum simbolismo: as férias, o Natal, o dia do nosso aniversário, a passagem de ano…

Sobretudo entre o primeiro e o último parece-me poder estabelecer-se um paralelismo interessante. Não só porque nestas épocas, normalmente aproveitamos para “fugir para os destinos exóticos” (enfim, uns mais do que outros mas o desejo mais ou menos enraizado vai nesse sentido), para parar, fazer qualquer coisa de diferente, mas sobretudo porque levamos o ano inteiro a planear como será esta altura, a seleccionar o que gostaríamos de fazer, onde gostaríamos de estar e com quem.

Umas vezes os planos cumprem-se (total ou parcialmente), outras não. Mas o mais curioso é o tempo que passamos a planear tão poucos dias, e depois a correria que nos impomos para os aproveitar ao máximo.

Grande parte da nossa vida é gasta a planear o futuro, a traçar objectivos, assinalar metas, definir métodos de lá chegar, delinear planos de contingência para evitar as contrariedades, sem que, tal como com as férias ou com o ano Novo, saibamos se alguma vez esse futuro se vai realizar, tenhamos alguma certeza, estejamos seguros de que não gastámos excessivamente energias a gizá-lo, que não desperdiçamos muito do “hoje” em função do “amanhã”, com toda a carga de incerteza que ele comporta.

A dúvida é tudo o que o futuro nos pode garantir, e ainda assim, empenhamos grande parte das certezas de que dispomos para poder moldá-lo, porque na incerteza tudo é possível, existem poucos limites, e no presente cada um já sabe demasiado bem até onde pode ir, quais são os obstáculos que o constrangem.

Como alternativa temos o «Carpe Diem», mas duvido que possa conseguir retirar algum sentido da vida alguém que a deixa passar por si em vez de passar por ela, que a contempla não a “agarra”, que não manipula o futuro porque está demasiado preso ao presente e à torrente que o arrasta de modo imparável.

Como as férias ou a passagem de novo, tão importante como viver a vida é planeá-la. E duvido que alguém consiga encontrar um bom pretexto para permanecer nela se de repente ver esgotados todos os horizontes.
 
Comentários:
Penso que não se trata apenas de simbolismo, mas de sonhos que tentamos concretizar, pelo menos, uma vez no ano!
O tempo que gastamos a planear, por si só representa 50% do sonho realizado, já estamos quase lá!
É tão bom fazer os preparativos daquela viagem com a qual se sonhou o ano inteiro! É tão bom poder realizá-la!
E depois de realizado um sonho, voltamos a sonhar com outra viagem, ou outras coisas!
O ideal seria realisar um sonho de cada vez, de forma a não gastar demasiadas energias e a não perder o presente, que é a única realidade que temos!
Os limites existem para serem atingidos e ultrapassados para realizarmos os sonhos!
É preciso viver um dia de cada vez!
É preciso sonhar no presente para o tornar mais leve!
O que seríamos nós sem os sonhos? Seres péssimistas, amargos, sem ilusões, sem metas...
Marianne
 
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