A vida é como a Volta a França em bicicleta
Suficientemente prolongada para cansar, suficientemente curta para querermos mais. Tal como os dias da nossa vida, há etapas razoáveis, outras longas, outras curtas; por vezes em terreno plano, o que agrada a muitos, outras vezes com o relevo bastante acentuado, ao gosto de alguns, ou ainda etapas em contra-relógio, para os que são melhores quando trabalham solitários. Há os que ficam até ao fim e os que desistem, por culpa própria, dos outros ou simplesmente por infortúnios; há os que têm uma estratégia a longo prazo para no fim se sagrarem vencedores, e há os que trabalham para os da sua equipa o conseguirem, e no fim são recompensados apenas com o sucesso do outro; há ainda aqueles que querem apenas aparecer numa fuga esporádica, procurando os seus merecidos quinze minutos de fama, e outros apenas querem passear tranquila e discretamente junto ao resto do pelotão.
No fim, poucos podem dizer que correu exactamente como esperavam, para a maioria nem tanto, mas contentam-se, e por fim os extremos: bom ou mau de mais para ser verdade. A grande diferença é que, para quase todos, no Tour surge uma nova oportunidade de concretizarem os seus objectivos, participando no ano seguinte.