Teoria da Consolação
I Facto: A constante mecanização do âmbito socio-económico despertado pela revolução capitalista e industrial na nossa civilização está a produzir um efeito de extrema desumanização na nossa sociedade.
II Facto: Graças ao facto acima mencionado, o Homem "civilizado" transtornou drasticamente a sua relação com o meio a que pertence de forma mais intrínseca, o mundo natural, a natureza em pessoa.
III Facto: Como consequência do facto imediatamente acima mencionado, temos que os hábitos de socialização humana ligados a essa cultura natural, imbuída não só do culto da força e da estratégia, como também do culto à mente que contempla a beleza natural que outrora a rodeava, à mente que reflecte sobre essa mesma beleza, estão em plena decadência, e cada vez mais se consideram antiquados e monolíticos.
IV Facto: Há mesmo quem os chame de "selvagens e incivilizados".
V Facto: Por tais actividades de socialização humana ligados à tal cultura naturalista, subentendo a caçada, a montada, a tourada, para citar os exemplos mais espetaculares e autênticos de tal interactividade com o mundo natural.
VI Facto: Já Hegel, Schopenhauer, Nietzsche e até mesmo o meu "
muy" odiado Marx diziam o mesmo.
VII Facto: Outras das actividades subentendidas poderão ser o hábito de ouvir compositores clássicos, como Vivaldi, Bach, Mozart, Beethoven, Händel, Strauss, Tchaikovsky e o esplendoroso Wagner.
VIII Facto: O amor, o interesse, e a vontade intrínseca de reviver, experimentar, regressar às origens imemoriais, às origens genéticas que me definem tal como sou hoje, coligado com estes VIII factos ou passos que aqui enunciei, constituem o que chamarei, doravante, da minha Teoria da Consolação.
Tenho dito.