Vicarious Liability
sábado, julho 29, 2006
  "Son humanas situaciones."
"Os esposos devem edificar a sua convivência sobre um carinho sincero e puro, e sobre a alegria de ter trazido ao mundo os filhos que Deus lhes tenha dado a possibilidade de ter, sabendo, se for necessário, renunciar a comodidades pessoais e tendo fé na Providência divina. Formar uma família numerosa, se tal for a vontade de Deus, é uma garantia de felicidade e de eficácia, embora afirmem outra coisa os defensores de um triste hedonismo.

Não vos esqueçais de que, em certas ocasiões, não é possível evitar as zangas entre os esposos. Nunca discutais diante dos vossos filhos; fá-los-eis sofrer e eles tomarão o partido de uma das partes, contribuindo talvez para aumentar inconscientemente a vossa desunião. Todavia, discutir, desde que não seja muito frequentemente, é também uma manifestação de amor, quase uma necessidade. A ocasião, não o motivo, costuma ser o cansaço do marido, esgotado pelo seu trabalho profissional; a fadiga - oxalá não seja o aborrecimento - da mulher que teve de aturar os filhos e o serviço ou lutar com o seu próprio carácter, às vezes pouco firme; embora vós, as mulheres, sejais mais firmes que os homens se vos decidis a isso.

Nas vossas pequenas zangas, nenhum dos dois tem razão. O que estiver mais sereno deve dizer uma palavra que guarde o mau humor até mais tarde. E mais tarde - a sós - discuti, que depois fareis as pazes. Vós, mulheres, pensai que talvez vos descuideis um pouco no arranjo pessoal; recordai o provérbio que a mulher composta tira o homem de outra porta: é sempre actual o dever de aparecerdes amáveis como quando éreis noivas.

Os pais são os principais educadores dos seus filhos, tanto no aspecto humano como no sobrenatural, e hão-de sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e, sobretudo, saber amar; e devem preocupar-se por dar bom exemplo. A imposição autoritária e violenta não é caminho acertado para a educação. O ideal para os pais é chegarem a ser amigos dos filhos; amigos a quem se confiam as inquietações, a quem se consulta sobre os problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável.

É necessário que os pais arranjem tempo para estar com os filhos e falar com eles. Os filhos são o que há de mais importante; mais importante do que os negócios, do que o trabalho, do que o descanso. Nessas conversas, convém escutá-los com atenção, esforçar-se por compreendê-los, saber reconhecer a parte de verdade - ou a verdade inteira - que possa haver em algumas das suas rebeldias. E, ao mesmo tempo, apoiar as suas aspirações, ensiná-los a ponderar as coisas e a raciocinar; não lhes impor uma conduta, mas mostrar-lhes os motivos, sobrenaturais e humanos, que a aconselham. Numa palavra, respeitar a sua liberdade, já que não há verdadeira educação sem responsabilidade pessoal, nem responsabilidade sem liberdade."

S. Josémaria Escribá

Quem diria, de entre vós, caros leitores, que o Homem que escreveu isto é o fundador da Opus Dei? Se calhar, muitos de vós haveis concordado de imediato com o que aqui está exposto. Não vos admireis do vosso pasmo, também eu sofri dele, quando com isto fui confrontado, sem saber quem era o autor de tão excelso "manual de instruções".
 
Comentários:
Graças a Deus existo eu para te iluminar com tais textos, omitindo o autor, deixando-te concordar, e depois revelando-o para causar a surpresa total.

Bem, os fins justificam os meios. Right? Right?
 
De facto, fiquei deveras surpreendida ao saber o autor do texto. Fui completamente apanhada com esta
 
Nem por isso, uma treta desta só poderia vir de algum religioso: afinal a posição da mulher é apresentada apenas como esposa (que deve agir como noiva para não perder o marido) e como mãe que deve apoiar os filhos! Deve apoiar também o marido cansado de trabalhar!
E desde quando as religiões dão valor à mulher? Seja qual for a religião, a mulher é quase sempre considerada um apêndice do homem! Bom, mas que é um apêndice perfeito, lá isso é!
Marianne
 
A Marianne concerteza não leu bem o artigo. Onde é que diz que a mulher se deve limitar a apoiar o homem cansado. Pelo contrário, valoriza o papel da mulher! Afirma que a mulher, além do "serviço", ainda tem que "aturar" os filhos, e por isso acontecer é normal que esteja cansada.

Não sei se isso é radicalismo a mais, mas pelo contrário, este artigo apela à conjugação de esforços entre homem e mulher. Em lado algum se pode denotar o contrário.

Quando ao primeiro aspecto, este texto está "moldado", é feito de excertos de um texto gigantesco, verdadeiramente gigantesco, do ano de 1970 (não considera que é um discurso extremamente avançado para a época, em pleno regime Franquista?), e obviamente, refere também os deveres do homem. Ou seja, se quiser culpar alguém de machismo, culpe-me a mim ou ao Diogo, não certamente ao autor do texto.
 
O texto é super ótpimo para aconselhar os casais, enquanto pais e nesse aspecto apela aos esforços de ambos! (Pena é que os pais actualmente não possam dispensar toda a atenção que os filhos merecem e que o autor soube explicar tão bem!)
O autor do texto afirma:"(...) discutir.. é também uma manifestação de amor... A ocasião,... costuma ser o cançaso do marido, esgotado pelo seu trabalho profissional..." Aqui valoriza o trabalho do homem!
A mulher só teria o "serviço" doméstico e teria de "aturar" os filhos: aqui é valorizado o trabalho da mulher, enquanto "rainha do lar" (o que era defendido na época do franquismo e do salazarismo!)
"... vós mulheres pensai que talvez vos descuideis um pouco no arranjo pessoal (...) quando éreis noivas". Neste excerto, alerta as mulheres, ou desculpa os maridos infiéis?
Inferioriza a mulher no seguinte excerto: "(...) A fadiga... da mulher que teve de ... lutar com o seu próprio carácter, às vezes pouco firme;". No entanto, valoriza-a logo de seguida:(...)"embora vós, mulheres sejais mais firmes do que os homens (...)"
Considero o autor "avançado" para a sua época, mas o seu grande objectivo seria conseguir "adeptos" , por isso, acendia uma vela para o homem e outra para a mulher!

Não culpo o autor de machista e muito menos os dinamizadores do blog, que considero pessoas cultas, divertidas, que sabem escrever e escolher os mais variados temas! É claro que a minha opinião se baseia simplesmente no que leio!
Parabéns, gosto de ler o que escrevem, ou seleccionam, por isso, vou continuar a aparecer no vosso espaço!
Marianne
 
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