"Son humanas situaciones."
"Os esposos devem edificar a sua convivência sobre um carinho sincero e puro, e sobre a alegria de ter trazido ao mundo os filhos que Deus lhes tenha dado a possibilidade de ter, sabendo, se for necessário, renunciar a comodidades pessoais e tendo fé na Providência divina. Formar uma família numerosa, se tal for a vontade de Deus, é uma garantia de felicidade e de eficácia, embora afirmem outra coisa os defensores de um triste hedonismo. Não vos esqueçais de que, em certas ocasiões, não é possível evitar as zangas entre os esposos. Nunca discutais diante dos vossos filhos; fá-los-eis sofrer e eles tomarão o partido de uma das partes, contribuindo talvez para aumentar inconscientemente a vossa desunião. Todavia, discutir, desde que não seja muito frequentemente, é também uma manifestação de amor, quase uma necessidade. A ocasião, não o motivo, costuma ser o cansaço do marido, esgotado pelo seu trabalho profissional; a fadiga - oxalá não seja o aborrecimento - da mulher que teve de aturar os filhos e o serviço ou lutar com o seu próprio carácter, às vezes pouco firme; embora vós, as mulheres, sejais mais firmes que os homens se vos decidis a isso. Nas vossas pequenas zangas, nenhum dos dois tem razão. O que estiver mais sereno deve dizer uma palavra que guarde o mau humor até mais tarde. E mais tarde - a sós - discuti, que depois fareis as pazes. Vós, mulheres, pensai que talvez vos descuideis um pouco no arranjo pessoal; recordai o provérbio que a mulher composta tira o homem de outra porta: é sempre actual o dever de aparecerdes amáveis como quando éreis noivas. Os pais são os principais educadores dos seus filhos, tanto no aspecto humano como no sobrenatural, e hão-de sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e, sobretudo, saber amar; e devem preocupar-se por dar bom exemplo. A imposição autoritária e violenta não é caminho acertado para a educação. O ideal para os pais é chegarem a ser amigos dos filhos; amigos a quem se confiam as inquietações, a quem se consulta sobre os problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável. É necessário que os pais arranjem tempo para estar com os filhos e falar com eles. Os filhos são o que há de mais importante; mais importante do que os negócios, do que o trabalho, do que o descanso. Nessas conversas, convém escutá-los com atenção, esforçar-se por compreendê-los, saber reconhecer a parte de verdade - ou a verdade inteira - que possa haver em algumas das suas rebeldias. E, ao mesmo tempo, apoiar as suas aspirações, ensiná-los a ponderar as coisas e a raciocinar; não lhes impor uma conduta, mas mostrar-lhes os motivos, sobrenaturais e humanos, que a aconselham. Numa palavra, respeitar a sua liberdade, já que não há verdadeira educação sem responsabilidade pessoal, nem responsabilidade sem liberdade."
S. Josémaria Escribá
Quem diria, de entre vós, caros leitores, que o Homem que escreveu isto é o fundador da Opus Dei? Se calhar, muitos de vós haveis concordado de imediato com o que aqui está exposto. Não vos admireis do vosso pasmo, também eu sofri dele, quando com isto fui confrontado, sem saber quem era o autor de tão excelso "manual de instruções".