Vicarious Liability
sábado, julho 22, 2006
  A Decisão da Ministra


A decisão da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues,em autorizar a repetição dos Exames Nacionais das disciplinas de Física e Química, “por uma questão de justiça no acesso ao Ensino Superior”causou polémica e aguçou as críticas da oposição.

Pelo que entendi (e corrijam-me se entendi mal), pelas explicações dadas por uma deputada do PS na «Sic Notícias» (e não propriamente pelas da Ministra no Parlamento, que não foram claras nem correram, em minha opinião, nada bem) o verdadeiro motivo que justificou esta posição, não foram em abstracto os maus resultados obtidos pelos alunos que prestaram estas provas na 1ª fase, mas o facto de, na sequência da recente implementação de um novo programa (resultado de mais uma, das muitas reformas a que nosso Sistema Educativo tem assistido, grande parte delas feitas cirurgicamente “ao lado” dos problemas de que este padece), as classificações dos alunos que responderam às provas do “novo programa” terem sido acentuadamente mais reduzidas dos que as obtidas pelos colegas abrangidos pelo “programa antigo”.

À priori, e tomando como premissa esta justificação, diria que a decisão não terá sido errada; mas tendo em conta que a reforma se traduziu na alteração dos programas de muitas outras disciplinas, havendo provas de Exame para o programa “antigo” e o “programa novo” (veja-se o exemplo da disciplina de História, com a prova “123” para o programa “antigo” e a “623” para o “novo”, sendo a primeira muito mais difícil do que a segunda, e também muito mais difícil do que as dos anos anteriores que tinham por base o mesmo programa) deve reconhecer-se que tal procedimento, que pretende prosseguir a “justiça” acaba por ser injusto, não dando a “todos” a mesma oportunidade que dá a “alguns”.

Para além disso, as decisões excepcionais são sempre perigosas, ainda mais quando tomada nestes termos, abrindo um precedente grave, visto que, a partir daqui, sempre que uma situação análoga se verifique, ou que os resultados de Exames Nacionais fiquem muito abaixo da média mais frequente, estarão reunidos motivos suficientes para que se reivindique do ME a possibilidade de repetição das provas na 2ª fase (com classificações a contar para efeitos de candidatura à 1ª fase do concurso de acesso ao Ensino Superior).
 
Comentários:
O que dizer de um Governo que apregoa que, na mais reles retórica Guterrista, diz que a sua paixão é a educação, agora entendida como "Plano Tecnológico", que se centra, pelo menos em teoria, na educação e formação, mas, no entanto, permite que esta situação aconteça? O que fazer quando aquela que é, pelo menos em teoria, a essência do plano governativo, é arrasada, desta forma, pela incompetência da Senhora Ministra e do pessoal do seu Ministério? Com que face fica o Primeiro-Ministro, que nos prometeu "Novas Fronteiras", e, na verdade, é o responsável máximo pela maior vergonha do sector da educação dos últimos 30 anos?

Decidiu-se meter toda a geração num programa de "cobaias", com programas totalmente novos, sem matrizes, sem provas modelo, numa mistura estranha com o que restava dos programas antigos. Nem carne nem peixe. E depois acontece isto. Porque não repetir os exames de História, de Matemática? Será porque neste País rural, quem quer ser Médico é tratado como Deus, e todos os outros são espezinhados? Como se viola os príncipios mais básicos de equidade de forma tão indecente? Como é isto admissível num governo que pretende desenvolver o País através da tecnologia e da inovação?

Na Finlândia isto não acontece. Volta Santana, estás perdoado!
 
Eu explico, a Rodrigues afirmou na televisão que os exames de Física e de Quimica "eram exames inéditos", ora parece-me que todos os exames são inéditos e desconhecidos até serem apresentados aos alunos! Certo?
O problema deste ministério é que passa o tempo a mudar as regras do jogo em qualquer altura, e consegue voltar professores contra professores, alunos contra alunos e agora, certamente que os pais dos beneficiados publicamente estão contra todos os outros!
O problema, segundo a Rodrigues não é o novo programa: é que certos alunos foram para o exame com média de 16 e saíram do exame com negativa, com 10 ou 12, o que é muito preocupante! Nos outros anos achavam que os docentes beneficiavam os alunos, porque eles baixavam as notas nos exames vindos do ministério! Acha a R. que está a dar muito pouco, em 60 exames só está a contentar 2 disciplinas!
Será que tem afilhados, ou sobrinhos encravados com negativas nesses exames?
Afinal a Matemática há anos que tem a média negativa mais baixa de todas as disciplinas. E neste ano também!
Serão todos os professores de Matemática e os seus alunos burros e incompetentes? Principalmente quando são apontados erros nos enunciados que ainda por cima são demasiado extensos!
Também havia erros no exame de Biologia que a R. desmentiu!
Marlise
 
Esta situação faz-me lembrar aquela anedota em que a professora manda sentar todos os alunos e diz:
- De uma vez por todas: aqui não há brancos, nem pretos - agora são todos azuis! Vá lá, os meninos azuis claros sentam-se aqui à frente, os azuis escuros lá atrás!

Comentários para quê? Estamos em Portugal!
Marianne
 
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